Autismo: batalhas que os olhos não veem
- Dra. Michelle Ramos
- 25 de abr.
- 2 min de leitura
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento que afeta a forma como a pessoa se comunica, interage socialmente e percebe o mundo ao seu redor. Mas o autismo não tem "cara" nem "forma única". Cada indivíduo dentro do espectro é único, com suas próprias potencialidades, desafios e formas de se expressar.
A DOR INVISÍVEL
Para quem tem o TEA, o dia a dia pode ser repleto de obstáculos invisíveis. Barulhos que para muitos são normais, podem causar dor física. Mudanças na rotina podem gerar crises de ansiedade. Situações sociais simples, como conversar ou fazer amigos, podem exigir um esforço enorme.
Algumas das dores silenciosas que muitas vezes passam despercebidas:
Sobrecarga sensorial com sons, luzes ou cheiros
Dificuldades para se comunicar verbalmente ou compreender nuances sociais
Cansaço extremo após interações sociais
Necessidade de rotinas rígidas para se sentir seguro
Ansiedade intensa e dificuldade para lidar com frustrações
Crises de autorregulação emocional
Julgamento por comportamentos considerados “diferentes”
Exclusão social e escolar
Falta de compreensão até mesmo dentro da família
CUIDADO MULTIDISCIPLINAR
Por isso, o diagnóstico precoce faz toda a diferença. Identificar o TEA o quanto antes permite intervenções direcionadas, respeitando o tempo e as necessidades da criança e que podem transformar positivamente seu desenvolvimento ao longo da vida.
O acompanhamento com o neurologista é apenas uma parte do cuidado. A equipe ideal é formada por profissionais que atuam em diferentes áreas do desenvolvimento:
Fonoaudiólogo: trabalha a linguagem, comunicação e até questões alimentares
Terapeuta Ocupacional: desenvolve habilidades motoras, sensoriais e de autonomia
Psicólogo: ajuda na regulação emocional e no fortalecimento da autoestima
Psicopedagogo e pedagogos especializados: apoiam o aprendizado escolar
Pais e cuidadores: peça essencial, que merece apoio e acolhimento
A jornada da pessoa com autismo é também a jornada de toda uma família que se adapta, aprende, ensina e ama intensamente, mesmo em meio ao cansaço, ao medo e às incertezas. É uma luta diaria para promover inclusão, mesmo quando falta apoio ou entendimento.
Falar sobre o autismo é abrir espaço para o respeito e a inclusão. É lembrar que por trás de cada diagnóstico, existe uma pessoa com sentimentos, sonhos e um jeito especial de viver o mundo.
🧠 Dra. Michelle Ramos
Neurologista
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